Quanto tempo leva para um tratamento fazer efeito?
A pergunta de 1 milhão de dólares, que vem tirando o meu juízo
Espero te encontrar bem nessa segunda-feira. Eu mesma, andei vivendo alguns dias sombreados e parte disso virou a pauta de hoje.
Estou fazendo um tratamento conservador para refluxo gastroesofágico desde novembro de 2022. Medicação, travesseiro especial, suplementação e dieta.
A dieta mesmo, comecei apenas em janeiro de 2023, tendo completado recentemente os primeiros 30 dias. Desde então, mudanças microscópicas ocorreram.
Alguns dias, passo tão bem que esqueço daquele constante gosto meio salgado que acostumei a sentir no fundo da língua. Em outros, o cabelo cai aos tufos, aos montes, mesmo com 10 cápsulas diferentes ingeridas ao dia.
Oscilo fadiga com animação surpreendentes, e nesses dias, as cargas da musculação parecem menos pesadas. Até que, pelas tantas, ele volta a me assombrar: o refluxo.
Sinto um calor na garganta que não chega a ser azia, afinal estou medicada. É só a percepção de que não, não passou. Meu corpo desafia a gravidade e o meu conteúdo gástrico quer subir, ao invés de descer.
30 dias sem chupar uma laranjinha sequer, sem comer um morango, um kiwi. Roubo uns bagos de uva, quando elas estão muito apetitosas na geladeira. 30 dias sem temperar a salada com vinagre ou beber minha amada água com gás.
30 dias sem usar manteiga ghee nos meus preparos, logo ela, a panaceia ayurvédica. 30 dias sem glúten, também - e doeu menos do que eu pensava. Saudades de um pouco de catchup.
Tudo isso para não estar tão melhor assim, e ficar pentelhando os profissionais da área com perguntas do tipo: quanto tempo leva pra eu melhorar?
Eu ouço essa pergunta também, nos atendimentos de ayurveda que faço (se você quer uma consulta comigo, clique aqui para entrar em contato). No fundo, o que estamos perguntando é:
Quanto tempo ainda vou precisar estar distante desse modo de vida ao qual me habituei e não vejo a hora de voltar?
Hoje, na minha sessão de terapia, falamos muito disso. No meu caso em particular, eu talvez nunca possa “desligar” completamente o botão da vigilância. São intolerâncias alimentares, alergias de uma vida inteira e um intestino irritável que dizem.
Já para as pessoas que eu atendo, via de regra, sempre dou um prazo curto para elas experimentarem as mudanças. Minha intenção é que a pessoa fique motivada pelo pouco tempo, que tope seguir mais um período com a nova rotina.
Eu chutaria que, para alguém que não está doente, mas apenas sentindo que o próprio bem-estar virou artigo raro, uns 30 dias de rotina mais específica já resolve muita coisa.
Alguns sintomas somem em poucos dias. Outros levam meses para entrar em remissão. Não posso deixar de mencionar que alguns deles, só nos resta aceitar.
É um caminho bem cheio de curvas e imprevistos, como quase tudo na vida. Mas precisamos seguir caminhando, ainda que devagarinho.