Onde está a sua mente agora?
Levante a mão quem exauriu o corpo e a mente nas últimas semanas - uma professora minha descreveu o último período como “fadiga eleitoral”. Não importa que postura você decidiu adotar, ninguém escapou assim de saúde.
Isso me faz pensar numa pergunta provocativa que recebo várias vezes ao dia, junto com fotos mais provocativas ainda, de um colega do centro budista que frequento: onde está a sua mente agora?
Essa pergunta é um lembrete de que existe um estado interno pelo qual cada um de nós é responsável. A velha questão do que fazemos com o que fizeram de nós. Ou qual a nossa parte na desordem da qual nos queixamos, para citar Freud.
E algo que para mim ficou evidente, é que nesse último período a nossa mente está o tempo todo no outro. Que é ignorante, alienado ou mal intencionado. O outro é que reage mal. O outro perdeu a razão.
Estamos o tempo todo com os olhos no outro enquanto o nosso próprio tempo, fosfato e energia se esvai olhando (e julgando) a atitude do outro. O outro passa, a gente fica.
A gente fica com o que pensou do outro, com o que o outro nos provocou de sentimentos, e com tudo aquilo que deixamos de fazer para nós mesmos, enquanto observávamos o outro.
Eu gostaria de propor a você uma pergunta, que você pode colar num bilhetinho: o que é minha responsabilidade agora? E então siga com isso. Eu colei a pergunta nos meus dois computadores.
Desde então ainda voltei algumas (várias) vezes o meu olhar para o que o outro está fazendo. Esse parece ser um movimento quase incontrolável, mas aos pouquinhos estou descobrindo que não é.
É difícil demais controlar a mente, mas lembrar de redirecionar o olhar para permanecer no que me compete, ajuda. Não só a controlar a mente, mas a vencer o dia.
Eu espero que possa te ajudar, também. Não há a menor dúvida que todos nós estamos precisando.
Onde está a sua mente agora?