E se a gente criasse um número mágico?

Um pequeno hack para quando o engajar do hábito foge da nossa vontade

Foto de John Arano na Unsplash

Eu sempre gostei de ser sedentária. Era a última a ser escolhida nos times de Educação Física na escola, matava aula de natação e não via razão nenhuma em me movimentar.

Foi um misto de não querer, com a desmotivação de me ver sendo tão ruim, que me levou a crescer assim, uma negação para os esportes. Com a vaidade do corpo aparecendo, passei a procurar ir à academia, mas era errática também.

Daí na vida adulta, com o advento da internet, descobri o treino funcional e o HIIT, aquela coisa excelente de 15 minutinhos na sala de casa. Foi assim que, sozinha, durante bons meses, fui desenhando o tal do corpo da vaidade.

Quando a academia finalmente engajou comigo num hábito, veio a minha depressão, e depois a pandemia. Nessa toada, fui fazer yoga e pilates para corrigir a postura, e só em outubro de 2022 voltei à musculação.

Voltei assim, médio: eu preciso negociar comigo mesma coisas como que horário vou lavar o cabelo, de modos a encaixar o treino antes. Também tem dias que só fiz metade da série, para não dizer que não fiz nada.

Semana passada, compareci na segunda-feira, para só voltar hoje, 7 dias depois. Já estava incomodadíssima com isso hoje. 7 dias é o meu número mágico. Qualquer coisa que eu deixe de fazer por 7 dias, corre o sério risco de ser eliminado da minha rotina.

E eu combinei comigo mesma, que essa academia precisa continuar rolando, sabem? Pelos benefícios físicos e mentais. Minha prática de yoga não tem evoluído a contento por falta de força em certos grupos musculares.

Daí que hoje, na minha sessão de terapia, citei esse número mágico num outro contexto. E percebi que 7 dias é a minha zona de perigo para distanciamento de outras coisas.

Tipo: manter minha regularidade nos estudos, na escrita, na meditação, e até no cultivo dos meus relacionamentos. Eu diria que o número ideal é 3 dias para bons hábitos: não deixe o quarto dia rolar sem o seu bom hábito.

Mas em tempos extremos, o número 7 é bom marcador de contenção de riscos e danos. 7 dias, com o seu marco da semana, podem fazer comigo coisas como “ah, melhor eu também já ficar essa semana sem ir”.

Que rapidamente viram “ah, vou esperar passar o mês/as festas/etc”… E eu posso passar meses sem ter contato com aquele meu hábito que quero cultivar.

Então nessa segunda-feira, pensei em dividir com você esse número mágico e te convidar a criar o seu. Pense que para cada coisa boa que você quer fazer por você, e quer que vire rotina, não pode se passar uma semana sem você mexer nela.

Combinado?