Bom dia, espero te encontrar bem. Estou enviando a newsletter de hoje bem mais tarde que o costumeiro, e vamos culpar os feriados por isso.
Esse negócio de jantar depois das 8 da noite e dormir depois das 22h é muito diferente do meu hábito, e meu corpinho padece. Daí a razão de acordar um pouco depois também.
Se você é um ser humano evoluído, que passou pelas festas incólume e manteve um hábito alimentar moderado, eu preciso te pedir uns conselhos. E se você, assim como a maioria, deu uma bagunçadinha, fica aqui comigo.
Vamos falar de obviedades e de conceitos ayurvédicos para a digestão e eliminação de toxinas.
Na fisiologia ayurvédica, além da centralidade da saúde na nossa digestão (o famoso agni), um órgão super valorizado e analisado através das nossas excretas é o nosso fígado.
Se você tem suor com cheiro forte, fezes amareladas, gosto amargo na boca, dores de cabeça laterais e agudas, é um sinal que o seu fígado está enviando - ele tem feito hora extra.
E você “paga” essa hora extra para o fígado com um tipo bem específico de alimento: vegetais verde-escuros e amargos. Seu fígado ama escarola, espinafre, e o bendito boldo. Entre outras opções.
As ervas que têm o sabor amargo e atuam como bons amigos do seu fígado são: alcachofra, dente-de-leão, salsaparrilla. O boldo é uma ótima planta, mas eventualmente pode fazer mal se aquecido.
Essa última informação não vem da ayurveda, mas sim do curso de Fitoterapia que fiz na USP, portanto é uma informação ocidental. Prefira usar o boldo batido com água fria no liquidificador para o suco mais amargo do mundo. Ou macerado num shot, como já mostrei nesse vídeo aqui(clique).
Eu sempre sugiro, nos atendimentos ayurvédicos, que a pessoa utilize as ervas amargas logo ao acordar ou bem antes de dormir. Assim, o efeito vai acontecer “sozinho”, longe das refeições.
Veja o que encaixa melhor na sua rotina.
E ao longo do dia, especialmente no pós refeições, inclua as opções que dão suporte ao sistema digestivo de fato: gengibre, hortelã, erva-doce, licorice(alcaçuz).
Não vou sugerir alimentos, superalimentos nem protocolos “detox” de nenhum tipo. Eles existem na ayurveda muito antes disso se tornar hype. Mas acho preocupante a ideia de que o ser humano não possa ter um festival anual onde confraternize e coma só pensando no prazer.
Todas as civilizações do mundo vivem os seus dias de fartura e celebração. Isso é humano e ancestral, e não deveria ser "compensado” 24h depois. E se você ouvir o que o seu corpo te disser, vai acabar naturalmente se moderando mais nos próximos dias.
Meu corpo hoje já me pediu muitos vegetais para a hora do almoço, e vai ganhar. O que o seu corpo está te pedindo hoje?
Não a sua mente, suas memórias afetivas, a sua consciência de que tem pavê na geladeira e chocolate na mesa. O seu corpo. O que ele quer?
Não deixe de atender os pedidos dele, também.