Com a ferramenta adequada, a execução sai
Alguns facilitadores que eu nem fazia ideia que precisava
Há muitos e muitos anos, eu sinto e constato que preciso organizar melhor a minha vida financeira, e faço esforços nesse sentido: livros, aplicativos de controle, planilhas, registro de gastos.
Mas precisou a tecnologia avançar ao ponto de uma fintech oferecer investimentos por dentro ali mesmo da minha conta corrente, para eu conseguir organizar isso direito.
Estou me referindo às caixinhas do Nubank, não sei se vocês conhecem. Devem existir equivalentes em outros bancos.
Mas foi ali, naquela interface com a qual já estou habituada, com perguntas intuitivas e a um clique de distância, que eu consegui dar início a duas caixinhas: uma para o carro, outra para aquela reserva garantidora do meu futuro.
Aí uma amiga, conversando comigo, me deu outros exemplos de uso: ela não deixa nada na conta corrente, e mantém numa caixinha “Para Poupar”, do próprio aplicativo, de resgate imediato, para render o pouquinho que seja.
Imitei a ideia dela, e fui olhar quais outras caixinhas eu poderia criar. Haviam algumas sugestões de título do próprio app, como “Reformar a Casa” (criei, não para reformar a casa propriamente, mas para provisionar valores para comprar coisas de casa), “Viagens” (inicialmente não me animou, mas depois fez sentido), e por aí vai.
Logo senti a necessidade de criar a caixinha “Final de Ano”, cujo objetivo inicial era só juntar o 13º que queria dar à nossa faxineira, mas também acabei aumentando o bolo e juntei o valor para todos os presentes e prendi num investimento de resgate para janeiro de 2025.
Depois, veio a caixinha Waffles&Pipoca, em que pretendia juntar o suficiente para as profilaxias dentárias e outras despesas maiores, como exames e até diárias de hotel, quando viajamos com eles.
2024 era ano de trocar de iPhone, por isso, criei essa caixinha, mas depois eliminei. Anuidade de conselho, impostos altos (como IPTU), e tudo aquilo que posso prever, virou caixinha.
Lembrando que a maioria dos chamados imprevistos são bastante previsíveis.
As caixinhas finalmente me permitiram fazer o que a Nath Arcuri chamava de “carimbar o dinheiro”, só que de um jeito que realmente eu consigo fazer em poucos segundos.
Entrou um dinheiro, entrou um percentual na caixinha. Às vezes eu prendo em investimentos, às vezes só deixo ali para render o 100% do CDI.
Quando queremos comprar alguma coisa no corrente do mês (tipo, umas toalhas de banho novas) e isso não impacta o orçamento, deixamos a caixinha engordar mais um tempo. Quando é preciso, usamos o valor da caixinha pra ajudar a pagar a fatura do cartão.
Em janeiro, como compramos diversos itens para todo mundo, inclusive a casa, as caixinhas foram praticamente raspadas. Dá uma dózinha, você começa a se apegar em ver as caixinhas ali, acumulando, mas foi pra isso que as criamos.
Num futuro muito breve, vou iniciar mais algumas: para o meu consultório de nutricionista, para investir em lançamentos de infoprodutos (tráfego, e outros gastos), e para absolutamente tudo nessa vida que custa dinheiro.
Era difícil pra mim separar o dinheiro que eu amo gastar (sou consumista e impulsiva, um perigo) para gastos que não sabia nem nomear. Pasta sanfonada e envelope não tem cabimento. Mas as caixinhas permitiram que a magia acontecesse!
Esse texto não é só sobre finanças
Aplicar essa lógica das caixinhas me permitiu chegar mais longe do que nunca, na minha vida financeira. Porém, eu ainda preciso dar outros exemplos.
Eu tenho dores lombares constantes, muito relacionadas ao meu trabalho sentada na repartição. Minhas costas doem quase que sempre, implorando por movimento.
Recentemente, fiz uma viagem de carro de pouco mais de 5h, logo depois de um dia de trabalho. Eu estava um trapo no final. Desde que passei a chamar as minhas atividades físicas de “atender aos pedidos da minha lombar”, tudo pesou menos.
Detesto que as dores melhorem tanto assim que abandono meu sedentarismo.
No mês passado, fiz um retiro com dois monjes budistas que vieram diretamente de Dharamsala para os ensinamentos no Brasil. Pela primeira vez em anos de tentativas e retiros de meditação, o gueshe ensinou uma pequena técnica que mudou meu jogo.
Ele treinou conosco pouquíssimos minutos (coisa de 1 a 2) de “mergulho” no objeto meditativo, para sair e voltar em breve. E foi categórico: vocês não conseguem mais que isso, nem adianta tentar.
O tempo líquido que uma pessoa realmente consegue entrar em estado meditativo sem ter a prática, por mais que ela fique paradinha por horas, é ínfimo. Desde então, estou menos preocupada com o timer, e mergulhando e voltando à superfície mais vezes.
Essa técnica permitiu que eu avançasse mais no meu estado do que anos de turbulentas tentativas, seja sozinha ou acompanhada.
Então esse texto é sobre encontrarmos a chavinha certa, que nem sempre é a que temos em mãos.
Passarei o ano de 2025 (e talvez a vida toda) em busca das ferramentas mais adequadas.
Thais, esse texto me representa em vários aspectos atuais na minha vida ☺️
1) também estou fazendo as caixinhas do Nubank (sem patrocínio!) e criei para os mais variados objetivos: hd externo, impostos, contadora, assinaturas de news. Pra mim funciona mais com o propósito de tirar o dinheiro da minha frente e deixar reservado para aquele fim.
2) sou dessas que começo a sentir melhora no condicionamento físico e logo deixo de lado. E lá se vão alguns anos começando e parando. Desta vez comecei com 10 minutos de alongamento nos membros inferiores. Quando fechar um mês vou incluir mais 10 minutos. Esse é o meu melhor feito do que perfeito.
3) cá estou ensaiando iniciar a meditação. Vou pegar sua dica e mergulhar e voltar à superfície mais vezes.
Oi Thais, adorei esse texto! Uma reflexão muito necessária!