Espero te encontrar bem. Tem duas semanas que não envio a News e o motivo é este: antes das férias, eu precisei fazer muitas coisas.
Isso de fracionar o descanso em duas partes, faz com que haja uma sensação de cuidado comigo.
Não me levo até o limite, tapinha nas próprias costas. Agora olho essas construções mais antigas que o nosso país e sinto o cérebro dar aquele estalo relaxado.
É primavera aqui no Reino Unido, a temperatura é amena e a vegetação exuberante, florescente.
Flocos de pólen voam e vejo as pessoas tendo um ataque de espirros. O sol nasce cerca de 4h30 da manhã e se põe depois das 10h da noite.
O verão é bom em qualquer lugar, mas na Europa parece ficar melhor.
A sazonalidade das árvores, das frutas e verduras é tão especial quanto ver hordas de pessoas fazendo piquenique até tarde.
Tem tão pouco calor que o verão não pode ser desperdiçado. Fica a sensação de que não restou ninguém dentro de casa.
Eu neste momento: observo e tento emular o que me parece fazer sentido. Eu não vim até aqui para vê-los. Ou a cidade.
Vim aqui ver quem sou eu diante desta cidade, deste contexto e deste clima.
E no momento sou alguém que caminhou por 20km ao longo de um dia, o mesmo dia em que comi em 5 horários diferentes.
Sou alguém que levanta perto de 8h da manhã, que o fuso de 4 horas castiga, mas não podemos dormir em libras esterlinas.
Sou alguém que está grata pela temperatura quente, infelizmente feita por uma onda de calor.
A rotina de alimentação mudou drasticamente, não consegui praticar yoga aqui ainda.
Em ayurveda sempre somos convocados a promover rotinas diárias que criem a nossa saúde.
Aqui não tem rotina nenhuma. O que torna isso saudável é saber que termina em alguns dias.
Se tem algo tão antigo quanto Ayurveda, é a tradição humana de fazer grandes festivais no verão.
Colheitas, banquetes, festas e celebração. Sobrevivemos ao último período.
Este é o meu pequeno festival particular, embarcando na carona do verão escocês. Quando vai ser o seu?