Espero te encontrar bem hoje. Estou retornando de um retiro de yoga onde passei os últimos 5 dias, estudando a teoria e praticando.
Fizemos isso num ashram localizado em Campo Alegre/SC, um dos lugares mais especiais que já conheci. Como disse um colega de curso, parece um grande hospital (e nós somos os pacientes).
Além dos lindos jardins, do conforto das instalações (simples, porém totalmente equipadas), alimentação vegana da maior qualidade, zero sinal de celular…
Também contávamos com uma rotina totalmente pensada e planejada por alguém, nos restando executar.
Às 6h badalava o sino, e sabíamos que 6h30 começaria a meditação. 7h, no mesmo espaço, a aula prática de yoga iniciava. 8h30 saíamos para o desjejum.
10h o sino badalava novamente, e os estudos teóricos começavam. 12h tinha mais sino e almoço.
14h o sino badalava para os estudos da tarde. 16h o sino chamava para o lanchinho. 17h, o sino nos convocava às aulas práticas de posturas de yoga (asanas).
19h o jantar era servido e o dia estava encerrado. Você se recolhia ao seu quarto, sem TV nem celular “pegando”, ligava a sua luminária ao lado da cama, e podia ler, estudar, escrever.
22h começava a “lei do silêncio”, em que você fazia tudo o mais silenciosamente possível e sem atrapalhar o coleguinha. No dia seguinte, tudo se repetia.
Rapidinho, você se ajustava e passava a dormir, acordar, sentir fome e cansaço de acordo com o badalar do sino.
E depois de 5 dias, sinceramente, você estranha tudo aquilo a que era habituado (a começar pelo barulho ambiente).
Essa rotina, particularmente, não é uma palavra final sobre o que há de mais benéfico e saudável para todos os seres. Mas ela concentra alguns pontos que são fundamentais:
o ajuste do ciclo circadiano, colocando as atividades mais intensas no auge do dia;
a alimentação de acordo com a capacidade digestiva (jantávamos sopa todas as noites, por exemplo, e almoçávamos com muito mais variedade);
a previsibilidade, todo mundo sabendo onde, quando e o que fazer;
a alternância de períodos de atividade física, intelectual e descanso.
Sem dúvida deixei muita coisa de lado, mas esses fatores operaram milagres no corpo e mente de diversas pessoas lá (eu me incluo). Cada dia parecia valer por 3, nessa intensidade.
Estar num lugar onde eu pude apenas seguir o fluxo me ajudou - aqui “fora”, eu tenho escolhas demais, e isso acaba gerando mais confusão do que ajudando. Quando havia gasto os pares de meia todos que levei, simplesmente recomecei a usar.
Se não tem solução, solucionado está. (Não se preocupem, só precisei repetir no dia 5).
É exatamente isso que me deixa tão entusiasmada com ayurveda - a ideia de seguirmos uma rotina diária, de acordo com as necessidades do nosso corpo e mente.
Ir amolando a faca diariamente, conforme o corte que você precisa dar. Sentindo suas dores e suas capacidades. E quando fica muito confuso fazer isso sozinha(o), pedir que alguém olhe isso junto com você.
Esse é meu trabalho, também. E se você quiser um fluxo para experimentar, mas nem tem ideia de como começar a montar, pode entrar em contato comigo por aqui, para uma consulta ayurveda online.
Na impossibilidade de se retirar para pensar isso e fluir uma rotina mais sossegada, eu sugiro que você se permita tirar um sábado, um domingo, um dia de folga para viver isso.
Simples, sabe? Rascunhe os horários em que gostaria de desempenhar cada atividade e teste como você se sente sobre isso. Tem muito conteúdo na internet chamando skincare de autocuidado.
E se a gente fizesse um day spa que, para além de colocar argila na face, nos permitisse cuidar do corpo e da mente? Um pouco de meditação. Uma atividade física.
Uma comidinha nutritiva, saborosa. Talvez você encontre nisso uma alegria de reencontro - matando as saudades de si.